segunda-feira, 15 de outubro de 2007

John Locke - Sua Contribuição para a Educação

John Locke
(1632-1704)


Locke nasceu em 1632, na localidade de Wrington,perto de Bristol (Inglaterra). A Grã-Bretanha, como muitos outros países europeus, vivia então mergulhada em profundas convulsões políticas, neste caso entre parlamentaristas e absolutistas, mas também entre católicos e protestantes (puritanos, anglicanos, etc) e estes últimos entre si.

A situação agravara-se desde 1603, quando subiu ao trono Jaime I, que se proclamou um rei absoluto por direito divino, fazendo sua a divisa: A deo rex, a rege lex ("o rei provém de Deus e do rei provém a lei"). O rei colocava-se assim acima das leis, sendo o Estado sua propriedade pessoal. Teve contra si os defensores de um regime parlamentar e das várias correntes religiosas. Em 1625 subiu ao trono, Carlos I, que continuou a reafirmar o seu poder absoluto, secundarizando o Parlamento. Os conflitos entre o rei e o Parlamento tornaram-se inconciliáveis. O pai de Locke, advogado de província, era um dos defensores da causa do Parlamento. Os conflitos religiosos faziam nesta altura milhares vítimas na Inglaterra, Escócia e Irlanda. A Guerra Civil acabou por eclodir, em 1642. Oito anos depois Carlos I era decapitado, sendo proclamada uma República que durou até 1660.

É neste contexto que, em 1646, Locke foi enviado para Westminster Scool, uma das melhores escolas inglesas do tempo. Estudou depois na Universidade de Oxford, onde se dedica aos estudos sobre medicina, passando a colaborar com o médico Thomas Sydenham nas suas pesquisas. Em Oxford também conheceu o químico Robert Boyle, percursor da teoria dos elementos químicos.

Em 1660, a monarquia absoluta era restaurada na Grã-Bretanha, com Carlos II. A revolta continuou. Locke, em 1667, torna-se médico particular e colaborador político de lorde Asley, conde de Shaftesbury, lider da oposição ao rei. Quando este se vê forçado a fugir para a Holanda, Locke acompanha-o. Tendo permanecido neste país entre 1683 e 1688. É neste período de exílio que conclui a sua obra mais conhecida: - Ensaio sobre o Entendimento Humano.

Entretanto, na Grã-Bretanha, Jaime II, em 1685, sucede ao seu irmão Carlos II no trono, prosseguindo a mesma política absolutista, marcada pela intolerância religiosa. Não durou muito, em 1688, o povo revolta-se e o rei tem que se refugiar em França. Sobe então ao trono da Grã-Bretanha um holandês- Guilherme d`Orange - que governou este país entre 1689 e 1702. No mesmo barco o que trouxe para Inglaterra vinha também John Locke. O parlamentarismo triunfara, assim como certas concepções de tolerância religiosa advogadas por este filósofo.


Obras: Carta sobre a Tolerância (1689), Dois Tratados sobre o Governo Civil (1690); Ensaio sobre o Entendimento Humano (1690),Alguns Conceitos sobre Educação (1693), Cristianismo Racional (1695),

Carlos Fontes, in: http://afilosofia.no.sapo.pt/12locke.htm

2 comentários:

Anônimo disse...

Quando Locke escreveu os Dois Tratados sobre o Governo tinha dois objectivos: refutar a doutrina do direito divino dos reis e do absolutismo régio, assim como criar uma teoria que conciliasse a liberdade dos cidadãos com a manutenção da ordem política. A refutação da teoria de Filmer no primeiro Tratado é completa. A teoria de Filmer sobre a soberania absoluta de Adão perdeu qualquer interesse, e o argumento de Locke tornou-se o padrão, mesmo não havendo referências directas a Hobbes, no seu relacionamento mútuo. As doutrinas apresentadas no segundo tratado tornaram-se a base de filosofia política e social, durante gerações. Para Locke o Trabalho é a origem e a justificação da propriedade. O contrato, ou o consentimento, é a base do governo e da fixação dos seus limites. Sendo que as duas doutrinas se baseiam na independência da pessoa enquanto indivíduo. O estado natural não conhece o governo, mas nele, assim como na sociedade política, os homens estão sujeitos às regras da moral, que não é mais do que a Lei de Deus. Os homens nascem livres e com os mesmos direitos, e o que quer que o homem «misture com o seu trabalho» é para sua utilização. Ou, em princípio, era assim que era na sociedade primitiva, em que havia o suficiente para todos «e a terra inteira era a América.» Locke defende que, quando a humanidade se multiplicou e a terra se tornou insuficiente para todos, foram necessárias regras para além das criadas pela lei moral ou natural. Mas a origem do governo não se baseia nesta necessidade económica, mas noutra causa. A Lei Moral é sempre válida, mas não é necessariamente mantida sempre. Na sociedade natural todos os homens têm o mesmo direito de punir um transgressor. De facto, a sociedade civil nasce quando, para uma melhor administração da justiça, os habitantes acordam entre si delegar esta função a determinados funcionários. Assim o governo é instituído por meio de um «contrato social», sendo os seus poderes limitados, envolvendo obrigações recíprocas, sendo que estas obrigações podem ser modificadas os revogadas pela autoridade que as conferiu. É por isso que a teoria de Locke é tão pouco histórica como a de Hobbes. É tão só uma explicação intelectual da origem do governo constitucional, tendo como propósito a justificação das conquistas da Revolução de 1688, de acordo com as ideias do tempo. Uma explicação que introduza uma visão histórica só será realizada por Montesquieu.

Pois bem, John Loke muito fez!
Paulo & Susana
Bom trabalho para os outros :)

Anônimo disse...

Podemos perceber que a teoria educacional de Locke apresenta elementos importantes para o conceito educacional. Neste trabalho,observamos as possíveis relações existentes entre a relação do pensamento
educacional de John Locke com a proposta de uma educação para autonomia. Dessa forma, quer-se ressaltar a importância da reformulação das propostas pedagógicas, a partir do paradigma da relação professor-aluno, visando ao processo autónomo do ensino. Para isso é
necessário contextualizar o período em que Locke estava inserido e o modelo
educacional vigente no século XVII e seguintes.
O século XVII foi marcado por um conceito educacional que visava a uma prática educativa voltada à educação da nobreza, uma educação fraca em conteúdos significativos e sem relevância sem falar na falta de preparo dos professores e tutores do período. Em meio a uma realidade bastante difícil e de conceitos bem estabelecidos a
prática e a formação da personalidade do aluno eram esquecidos no processo
educacional. É nesse contexto que John Locke propõe sua teoria educacional voltada para autonomia, para a prática fundamentada em uma reforma curricular que vise à realidade do aluno, aspectos que são evidenciados na teoria educacional onde os conceitos de autonomia e diversidade servem de plano de fundo para a prática educativa actual.
Foi nesse período que começou a redigir sua principal obra: "Ensaio sobre o entendimento humano", publicada em 1690. Em 1668, tornou-se membro da Royal Society de Londres, e em 1672, secretário do conde Shaffesbury, passando a ter uma vida política activa e efectiva. Shaffesbury opunha-se ao rei Carlos II, que tentava fortalecer o absolutismo,isso,leva a um novo exílio, na Holanda, mais avançado politicamente, onde a liberdade de opinião existia. Locke participou dos preparativos para a expedição de Guilherme de Orange, rei da Holanda, com quem viajou para Londres. Mas, mesmo na Holanda, ainda era perseguido, usou nome falso e colaborou com numerosos artigos em um periódico.

Ana Rita e Marta 11ºC